domingo, 26 de julho de 2009

Se você está apaixonado por mim...

Lembro desse dia dos namorados, naquele ano onde tudo era perfeito e lindo e eu, perdida na minha paixão por Nando Reis e pela minha felicidade, li, com voz embargada, seu poema em Marie Claire:

QUERIDA,
QUANDO EU
ESTIVER TRISTE

SIMPLESMENTE
ME ABRACE.
QUANDO EU
ESTIVER LOUCO

SUBITAMENTE
SE AFASTE.
QUANDO EU
ESTIVER FOGO

SUAVEMENTE
SE ENCAIXE.
E QUANDO EU
ESTIVER BOBO

SUTILMENTE
DISFARCE.
MAS QUANDO EU
ESTIVER MORTO

SUPLICO QUE
NÃO ME MATE
DE DENTRO
DE TI.

(http://revistamarieclaire.globo.com/Marieclaire/0,6993,EML1682060-1740-3,00.html)

O poema virou música, a música toca o tempo todo no radinho da cabeça e me faz pensar sobre o que fazer se amamos.
Amor é palavra bonita, mas amor é meu mais o verbo que o substantivo.
Amor exige ação.
Exige suor, exige coisas reais, exige compreensão.
Amar deve ter sido um dos trabalhos de Hércules.
Creio eu que não exista nada que exija de nós tanta doação, tanto coragem, tanta força, tanto desapego, tanto determinação.
Amor para ser amor, precisa de determinação. De ações, de uma luta constante entre o egoísmo e a generosidade. É a prova do quanto somos nós e o quanto somos o outro.
Amar é perder o norte e encontra-lo no outro sem, no entanto, se perder no mundo. Naquele outro mundo.
Amar é entender o pedido de ajuda (mesmo se não feito claramente) e ajudar, não tomar a frente. Tomar a frente é muito mais fácil, mas não permite que o outro cresça e amar é indubitavelmente crescer junto.
Amar é ter medo de errar, é colocar o outro num pedestal e ainda assim querer tê-lo o tempo todo ao nosso lado, como o mais simples mortal.
Amar exige a compreensão da insanidade. Um momento lúcido dentro de toda loucura e confusão...
Amor é quando você sabe que talvez nada disso dê certo, mas mesmo assim quer tentar e, por vezes tem um sentimento tão grande que saiba que, se tentar e tudo der errado, nada mais terá sentido.
É quando seu coração sai pela boca e seu estômago foge trotando cada vez que seu amor chega perto, mas que mesmo sabendo da iminência de um ataque cardíaco, não há nada melhor no mundo.
É quando você percebe que pode pedir o abraço, que entende os códigos, que sente o arrepio do toque e que sabe que nenhuma dessas medidas ditas tempo e distancia serão capazes de mudar.
É quando você sabe que mesmo que tudo se finde, sua lembrança sempre terá um lar naquele coração porque o outro não lhe matou dentro dele.
E quando nada disso se concretiza, fica um vazio só, uma saudade de tudo o que se sonhou e não se tornou real, a saudade vazia, sem esperanças e sem perspectivas.
Um elo de ilusão latente.
Um adeus.
O assassinato dentro do outro.
E muitas musicas tristes para embalar os momentos eu que você pensa sobre o que será de tudo a partir de agora...
E pensar que eu falava de amor...


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