segunda-feira, 8 de agosto de 2011

"A gente deve transformar as tristezas em melodias bonitas."

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To numa fase triste.
Parece que a vida resolveu testar de uma vez só todo meu otimismo e está todo dia um pouco tirando um tijolinho para ver até quando que consigo ficar de pé. O quanto eu aguento apanhar e seguir em frente.
Tá, não é algo tão ruim, tem gente com problemas reais no mundo, sofrendo por coisas muito mais latentes e dolorosas e, embora eu seja adepta desse pensamento, nesse momento eu acho que posso ficar triste.
Mas ai é que vem a coisa engraçada.
Se pudesse ilustrar minha tristeza, ela seria desenho em pastel seco mostrando o quando o grafite pode delinear e preencher, brincar de luz e sombras.
Seria fotografia de entardecer e nascer do sol, num horizonte distante. Um pássaro voando sozinhonum céu azul.
Seria o encontro dos dedos do Criador e Adão no teto da Capela Cistina, com todos os craquelados do tempo.
Seria a lembrança do meu abraço favorito no mundo, aquele que só eu sei qual é, num momento que ninguém, alem de mim e dos outros braços, sabe qual é...
Todas exemplificações lindas, de coisas que passaram.
O dia que deixou a noite para traz, a noite que deixou o dia morrer devagar, o pássaro que se desgarrou dos outros e foi riscar o céu escolhendo seu caminhos, mas só, o abraço que aqueceu aquele dia incrível e frio...
Seria um blues, um jazz, teria a voz viciante do John Mayer ou talvez da Adele, seria vinho branco gelado, seria um fio de queijo derretido, seria cheiro de chocolate.
Um dia frio, chuvoso e cinzento embaixo do edredom, com um livro do Zafón e uma caneca de chá de morango com pimenta.
Seria a lembrança de um certo sorriso.
Seria algo bom. Uma catarse.
Uma forma de entender que certas coisas se vão, outras coisas vem e ocupam os vazios, embora nem sempre ocupem o lugar.
Seria compreensão, aceitação, complacência.
Não que isso não fosse doer ou que me corpo não fosse se sacudir com meus soluços quando eu choro tentando limpar meu coração dessa tristeza tão presente. Mas seria bom.
É bom.
É como dizer adeus a algo que não pode mais ficar aqui e tem que ir embora.
Não que não seja a coisa mais difícil que já fiz na vida.
Mas também é a coisa mais bonita que já me foi dada e talvez por isso seja bem mais fácil deixar doer a abrir mão.
Eu nem sei como vim parar aqui, mas a frase acima me inspirou.
A Adele fez da tristeza dela música. Música maravilhosa, cheia de vontade de pega-la no colo e tentar tirar o ar triste que a voz dela traz.
Talvez essa frase tenha me feito pensar em como sou afortunada por conseguir traduzir assim a minha tristeza. Não sei se em melodia, não sei se em poesia, provavelmente em imagens que vão pouco a pouco se desenhando na cabeça a cada vez que são sugestionadas...
Sei não.
Acho que estou assim.


Essa frase não me pertence.
É da @clariscorrea, que tem um blog incrível, que leio sempre que tem novidade, pelo celular, no ônibus.

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