sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Nem sempre um ponto é final...

continuação daqui, nas palavras da Fê

... Diante do fio de esperança naquele olhar de Clara eu me ajoelhei ao seu lado e segurei suas mãos.

Mãos frias, tremulas. Mas seu olhar finalmente apresentava algum brilho.

Vi que agarrada naquele fio Clara cogitava cavar aquele chão, violar aquele túmulo, descobrir se havia algo enterrado. Mas num lapso de sanidade raro até então ela me olhou e disse:

- Ele não está aqui! Ele não morreu! Eu sei que ele não está aqui.

Foi como se o peso do mundo saísse das costas de Clara, que me abraçou fortemente. Agora um abraço amigo. Ela já não precisava de ninguém para se amparar, ela já tinha sua esperança.

- Onde então ele está? - Perguntei sentindo que, embora pudesse ser longa, iríamos começar a mais esperada procura de nossas vidas.

- Não sei... - Algo me dizia que havia nascido daquelas lágrimas uma mulher nova porque embora a primeira frase tivesse morrido em seus lábios, o complemento veio forte e sincero - Mas vou descobrir.

Clara me segurava pela mão, correndo entre as árvores e flores daquele jardim que há tão pouco tínhamos passado, eu oprimida pela impotência, ela por sua dor. Agora eu olhava em volta. Era tudo muito lindo, muito colorido, mas ainda assim muito mórbido. Aquele não era o lugar para um amor morar.

Paramos do lado do carro e enquanto Clara me abria a porta. Havia tanta esperança naquele olhar que eu me recusava a pensar que algo poderia sair errado. Era ela, ali, ao meu lado. Minha Clara. Minha querida Clara. Finalmente respirando um ar puro, sem o peso da dor que a torturara naquele ano inteiro onde ela se deixou levar pela dor de não saber como tirar de dentro do coração o amor vivo, que se pensava enterrado, mas que vagava por ai, a procura de Clara, sentindo a mesma dor que ela, a mesma saudade, a mesma urgencia, que ficou sufocada naquele ano triste.

Quando Clara me sorrio de novo, vi que não precisava nem mesmo encontrar aquele amor, ela já tinha consigo esperança. E embora soubesse que só esperança não lhe bastava, vê-la feliz, me fazia feliz...


E vai terminar aqui, nas palavras da Pam
"Meninas, adorei a experiencia.
Rica não só em palavras mas em sentimentos.
Obrigada (verdadeiramente) queridas!"

5 comentários:

  1. Massageia o coração essa palavras de esperança. Faz-me querer ser Clara, desenterrar o amor e vivê-lo...

    Também adorei a experiência.
    Que venham muitas e muitas pra gente ainda.

    Beijo bonita

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  2. Muito bom Marina, fico muito feliz pela Clara!

    Beijoo

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  3. Marina,

    A esperança da Clara sempre disse ao seu coração que o amor estava vivo, sabia? Sempre acreditei que ele fosse ressuscitar algum dia.
    Ainda bem que estamos indo de encontro a ele, rs.

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  4. Comecei a ler no blog da Fê e vim cá conferir um pouco mais!
    Encantadora essa experiência de vocês. :*

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  5. Linda, essa triste história em conjunto.

    E belas palavras encontrei por aqui...
    Tanto na certeza do post abaixo, ou no poema do outro post...

    Abraços!

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