terça-feira, 18 de agosto de 2009

Sabe qual é o meu mal?

- É que eu rio sozinha.

E estou me acostumando cada vez mais a estar sozinha, a ser sozinha e a viver sozinha.
Sinto você cada vez mais longe de mim. E já nem doi tanto.
Na verdade já nem doi.
Estranho pensar que após toda aquela dor sem fim e lagrimas banhando meu travesseiro eu vá dizer:
- Ei, passou! Não sinto mais você!
- Onde você se perdeu de mim?
Eu ficava guardando meu melhor para te entregar mas acho que nesse processo você se esqueceu que sou humana. E quando redescobriu minha humanidade, deixei de ser para você o que quer que eu tivesse sido.
Você não soube enxergar cada nuance de socorro que eu pedia, cada ponto pequeno de dor que ofuscava em parte o brilho dos meus olhos, aquela coisinha amarela no meu sorriso. E então, quando chorei, você se apavorou.
- Ei, menino, eu sou apenas humana. ,
E dói, sabe? Essa coisa de você confiar cegamente no outro e o outro não conseguir enxergar que você está dando o melhor de si para ele.
Então agora, embora saiba que tudo é inexato e que tenha finalmente aprendido a aceitar que nada que eu faça vai mudar o outro, eu sorrio para tudo o que vejo a minha volta e as vezes, quando vejo algo grandioso demais para um sorriso, gargalho, ainda que internamente, mas trago o brilho desse gargalhar nos olhos.
E aquele amor enorme, que era guardado pra você, eu to gastando, sabe? Estou dissolvendo cada fibra daquele sentimento que sufoquei em mim nas palavras que vou dizendo por ai...
E agora eu durmo em paz.
E sorrindo.

4 comentários:

  1. Lembrou de quando Leoni diz: "mas o pior é pensar que isso um dia vai cicatrizar". E o teu texto mostra que cicatriza sim, mesmo que a gente nem perceba como...

    Abraços!

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  2. Esse seu texto é lindo;

    Eu acho, pelo menos no meu caso, que de todo amor sofrido, vem sempre uma maré de paz..deve ser aquele aperto horrível que já não aparece mais dentro de nós.

    Aí, a gente passa a gargalhar, mesmo que a piada seja feita só pra sorrir.
    A gente aprende a ser feliz, de uma maneira diferente, já que nós sabemos que somos responsáveis pelo "nosso fazer feliz"

    A gente passa a gargalhar por aí, pelos olhos e pelos poros, mesmo que gargalhemos sozinhas..

    Beijo!

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  3. cada frase, cada palavra...

    sei exatamente como é.
    é como se por um momento eu estivesse lendo algum diário que joguei no fundo de uma gaveta.

    de alguma forma estranha eu sinto orgulho de nós.

    Abraço!

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  4. Tão lindo, Marina. Recuperar-se assim chega a ser assustador, não é..?
    Saio sempre encantada daqui, Marina. Quase nunca comento, mas saio ^^
    Beijo!

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