Quando é que a gente deixa de merecer um amor?

Um dia, muito tempo atrás, eu ouvi a frase:

- "Não me agradeça por te amar, se te amo, você merece."

Fico me perguntando hoje o real motivo de merecermos o amor de amor de alguem.

Num mundo onde somos tão imperfeitos e egoístas, tão voluntariosos, tão cheios de defeitos, ouvir que merecemos o amor de alguém é um presente.

Sempre me perguntei o porque de receber tanto amor, de ter tantas pessoas legais querendo meu bem...

Nunca achei a resposta e sinceramente parei de procurar as razões...

A gente tem que perder essa mania de procurar cabelo em ovo.

Hoje aceito o amor e tento retribuir, se não puder da mesma forma, que seja o mais sincero e presente possível.

A pergunta que me faço hoje é outra. Hoje me pergunto o que faz com que alguém deixe de nos amar.

Fico pensando se é a aparencia, uma mudança na personalidade, de interesse ou se é só culpa do tempo mesmo.

O que faz alguem que te amava deixar de te amar?

Será que o amor do outro foi pequeno demais para perdoar seus erros?

E como é que a gente faz quando percebe que, no meio de tantos amores recebidos, justo AQUELE é que você não gostaria nunca de perder?

Fico pensando que muita gente diz que não pode viver sem essa ou aquela pessoa.

Eu vivo.

Mas não gosto.

A gente não pode viver sem agua.

Mas vive sem amor. Sobrevive, na verdade. Morre aos poucos, mas até morrer, doi.

Fica se perguntando em que momento derradeiro agimos da maneira que o outro considerou o ponto final do afeto. O momento em que achou melhor de retirar de nosso mundo e seguir adiante sem olhar para nós com o mesmo carinho.

Quiçá nos olhar...

E quando esse amor se vai, fica aquele espaço vazio que muitos correm em busca de novos afetos para ocupa-lo...

Gostaria de ser assim.

Mas acho que nesse caso ainda prefiro o vazio e essas perguntas...

Será que um dia acharei a resposta?

Não sei.

Mas parei de me preocupar com isso.

Dizer que é ruim perder de vista é pouco porque ruim é pouco.

Mas tanto tempo já se passou e os monstros também adormecem e as vezes morrem.

Fica a lembrança, que se pode focar na parte boa...

Fica a saudade que vez por outra aparece sem motivo e se vai da mesma forma...

Fica a pergunta, que a gente sabe, no fundo, no fundo, que nunca vai ter resposta...

Por isso a gente vai vivendo a pergunta e seguindo adiante.

E talvez amanhã nem pense mais nisso...